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Pancreatite


 Anatomia e Fisiologia do Pâncreas
O pâncreas situa-se transversalmente, ao longo da parede posterior do abdome, na região epigástrica e hipocôndrica esquerda. O comprimento varia de 12,5 a 15 cm e seu peso na mulher é de 14,95g, e no homem 16,08g. “É a parte conhecida nos açougues como ‘pão doce” do abdome. (GRAY, p.1028).
O pâncreas na fase adulta é uma glândula acinosa, composta, de estrutura análoga às glândulas salivares, embora mais flácida e menos compacta. É alongada e embora irregularmente prismática; por ser larga, sua extremidade direita é chamada de cabeça, estando unida à porção principal do órgão, ou corpo, por uma ligeira constrição, o colo, enquanto sua extremidade esquerda gradualmente se adelgaça para formar a cauda. (GRAY, p. 1029).
O pâncreas é uma glândula tanto de secreção externa (exócrina) como interna (endócrina). A maior parte de seu volume é formada pela glândula exócrina. Sua secreção, o suco pancreático, é lavada pelo ductor pancreático ao duodeno, onde suas diversas enzimas auxiliam na digestão das proteínas, carboidratos e gorduras. A glândula endócrina é formada por pequenos aglomerados de células espalhadas por todo o pâncreas, conhecidas como ilhotas pancreáticas de Langerhans. A secreção destas células, denominada insulina e glucagam, é absorvida pela corrente sanguínea, constituindo-se importante fator no controle do metabolismo do açúcar.
Pelo emprego de corantes especiais demonstrou-se a existência de três tipos de células: alfa (25%) secreta glucagon; beta (60%) secreta insulina; delta (10%) secreta somatostatina; e PP (polipeptídeo pancreáticos) de função incerta.

Conceito de Pancreatite
A pancreatite é um distúrbio grave normalmente descrita como autodigestão do pâncreas caracterizado por uma inflamação local e dos tecidos retroperineais circundantes, podendo varias desde levemente edematosa até hemorrágica e necrosante (necrohemorrágica) que se pode considerar um estado grave da doença. Por apresentar estágios e formas diferentes, a pancreatite divide-se em agudas e crônicas. Pancreatite aguda ocorre de forma súbita, dura período curto de tempo, e normalmente é resolvida. Já a pancreatite crônica não se resolve por si mesma e resulta da destruição lenta do pâncreas.
Tipicamente, os pacientes são homens de 40 a 45 anos de idade com uma história de alcoolismo ou mulheres de 50 a 55 anos com uma história de doenças biliares (Hale et.al., 2000).

Causas relacionadas à Pancreatite
            As causas da pancreatite são desconhecidas, mas suponha que alguns fatores podem desencadear o surgimento da doença em suas fases, em que a autodigestão é a característica, devido as próprias enzimas atacar o pâncreas, decorrente de obstruções ductais e problemas vesiculares. Existem alguns fatores que podem estão relacionadas ao surgimento da pancreatite, como:

Ø      Calculose biliar (Litíase Vesicular);
Ø      Alcoolismo;
Ø      Infecção bacteriana e viral – vírus da caxumba;
Ø      Trauma abdominal;
Ø      Úlcera péptica;
Ø      Doença vascular isquêmica;
Ø      Hiperlipidemia;
Ø      Hipercalcemia;
Ø      Corticosteróide;
Ø      Diuréticos tiazídicos;
Ø      Contraceptivos orais.

Fisiopatologia
            A pancreatite é descrita como a autodigestão do pâncreas, ou seja, é destruído pelas suas próprias enzimas. O pâncreas secreta no meio exógeno substâncias como amilase, lipase, e principalmente a proteolítica tripsina, que são enzimas tem um papel importante no processo de digestão. Os cálculos biliares entram no ducto biliar e alojam-se na ampola de Vater, obstruindo o fluxo do suco pancreático ou provocando o refluxo da bile a partir do ductor biliar comum para dentro do ductor pancreático, ativando, dessa maneira, as poderosas enzimas dentro do pâncreas. Normalmente, estas permanecem inativas até que as secreções pancreáticas alcancem a luz do duodeno. A ativação das enzimas pode conduzir à vasodilatação, permeabilidade vascular aumentada, necrose, erosão e hemorragias.



Pancreatite Aguda
            A pancreatite aguda varia desde um distúrbio brando e autolimitado até uma doença grave, rapidamente fatal, que não responde a qualquer tratamento. Uma digestão enzimática mais ampla e completa pode acarretar em tecido necrótico e a lesão pode se estender para dentro dos tecidos retroperitoneais. Algumas pessoas têm mais de um ataque de pancreatite aguda e recuperam-se completamente depois de cada um. Porém, pancreatite aguda pode ser uma doença grave com muitas complicações para o resto da vida. Pancreatite aguda acontece mais em homens que em mulheres e geralmente é causada por cálculo biliar ou muita ingestão de álcool, porém essas não são as únicas causas.

Características Gerontológicas
A pancreatite aguda afeta as pessoas de todas as idades, porém a taxa de mortalidade associada à pancreatite aguda aumenta com o avançar da idade. Além disso, o padrão de complicações se modifica com a idade. Os pacientes mais jovens tendem a desenvolver complicações locais; a incidência de falência de múltiplos órgãos aumenta com a idade, possivelmente como resultado das diminuições progressivas na função fisiológica dos principais órgãos com o passar do tempo. É essencial a monitoração rigorosa da função dos principais órgãos (pulmões, rins).

Manifestações Clínicas
Ø      A dor abdominal intensa, de início súbito, na região epigástrica (principal sintoma)
Ø      O início súbito pode ocorrer em 24 e 48 horas depois de uma refeição ou ingestão de álcool muito pesadas;
Ø      Distenção abdominal;
Ø      Peristalse diminuída;
Ø      Equimose (contusão) no flanco ao redor do umbigo
Ø      Vômitos;
Ø      Náuseas;
Ø      Febre;
Ø      Icterícia;
Ø      Confusão mental e agitação.


Tratamento da Pancreatite Aguda
            O tratamento do paciente com pancreatite aguda é direcionado no sentido de aliviar os sintomas e evitar ou tratar as complicações. Toda a ingestão oral é suspensa para inibir a estimulação pancreática e a secreção de enzimas pancreáticas, evitando complicações. A nutrição parenteral é, em geral, uma parte importante no tratamento. A aspiração nasogástrica pode ser utilizada para aliviar as náuseas e os vômitos. O uso de algumas medicações é importante para o alivio da dor como os antagonistas dos receptores de histaminas como: a cimetidina (Tagamet), ranitidina (Zantac), são prescritos para inibir a secreção de HCL. Os antiácidos são empregados no tratamento junto com a eliminação da dieta de cafeína e álcool.
Pancreatite Crônica
A pancreatite crônica é um distúrbio caracterizado por destruição anatômica e funcional progressiva do pâncreas. A medida que as células são substituídas pelo tecido fibroso com as repetidas crises de pancreatite, a pressão dentro o pâncreas aumenta. O resultado final é a obstrução mecânica dos dutos pancreáticos e biliares comum e do duodeno. Além disso, existem atrofia do epitélio dos dutos, inflamação e destruição das células secretoras do pâncreas. O consumo de álcool em longo prazo provoca a hipersecreção de proteína nas secreções pancreáticas, resultando em tampões protéicos e cálculos dentro dos dutos pancreáticos.
Manifestações Clínicas
Ø      Crises recorrentes de dores intensas nas costas e abdome acompanhada de vômitos;
Ø      A perca de peso, decorrente da diminuição de ingeta nutricional;
Ø      As fezes apresentam-se espumosas e com odor fétido, devido ao elevado conteúdo lipídico (esteatorréia).

Diagnóstico
            Para diagnosticar a doenças necessita deter-se a exames físicos, laboratoriais e de imagem, excluindo patologias que possam confundir no diagnóstico final.
Ø      Histórico de dor abdominal;
Ø      Os níveis de amilase (hiperamilasemia) e lipase que aumentam cerca de três vezes o seu limite dentro de 24 horas;

Ø      Amilase Urinária;
Ø      Hipocalcemia
Ø      Radiografia abdominal e torácico;
Ø      Ecografia abdominal (ultrasonografia);
Ø      TC – Tomografia Computadorizada (contraste);
Ø      Colangiopancreatografia retrógrada endoscópica (CPRE);




Referências Bibliográficas

BRUNNER/SUDDARTH. Tratado de Enfermagem Médico-Cirúrgico. 10ª ed. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan, 2005. p. 1201-1210

UENISHI, Eliza Kaori. Enfermagem médico-cirúrgico em unidade de terapia intensiva. 8ª ed. São Paulo: Editora Senac, 2007. p. 224 – 225

GRAY, Herny. Gray Anatomia. 29ª edição. Rio de Janeiro - RJ: Editora Guanabara Koogan S.A, 1988. 

2 comentários:

Anônimo disse...

perca de peso????

Anônimo disse...

ou perda de peso?

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